terça-feira, 11 de março de 2008

Os sindicatos não podem vergar

Quando o Norte entrou na praça, rouco de tanto cantar e gritar, o Mário Nogueira estava a acabar seu discurso. Pelos vistos era já o segundo. Ouvi-o ainda a afirmar que com esta equipa ministerial já não era possível negociar. Que as negociações teriam de ser já com outros.
Hoje já reuniu com o recém “flexível” secretário de Estado, Jorge Pedreira. Pelos vistos ficou contente. Ficaram ambos contentes.
Não quero dizer mais nada. Espero que Mário Nogueira nos dê as boas notícias do seu contentamente. Só que já vi muitas coisas. Por isso, o meu esperar será um esperar ansioso. Um esperar preocupado.
Precisamos dos sindicatos. Mas os sindicatos devem saber por que é que fomos todos com eles.Não vou aceitar uns “troquinhos” ridículos a fingir democracia, a fingir flexibilidade, a fingir “vitoriazinhas”, ora dum lado ora doutro.
Um outro modelo de avaliação poderá ser testado. Este, não. A não ser que o mudem tanto, que ele não pareça ele.E também estou preocupado porque não ouço ninguém a falar do concurso para titulares. E não haverá reforma que possa cavalgar por cima de tal monstruosidade.
Isto não são divergências na luta. Isto são preocupações.
Há que manter a pressão sobre o governo. Há que estar atento a tudo o que se passar.
Os sindicatos não podem aceitar um qualquer experimentalismo com este modelo. Isso seria consumar o facto. E nós não vamos aceitar isso. Os sindicatos não podem vergar. Os sindicatos não se podem abaixar, e vocês sabem bem por quê.
Nós estamos todos com eles, em estando eles connosco. Em estando eles connosco. Em estando eles connosco.
Lembram-se das palavras de ordem? Eu lembro.
Está nas nossas mãos.
Está nas vossas mãos.

4 comentários:

Anónimo disse...

Sabemos que temos razão. Não podemos,pois, abdicar do essencial.Esta avaliação não serve e estes avaliadores são uma ficção.
Devemos assumir as nossas responsabilidades e defender os nossos valores.

TempoBreve disse...

José Augusto Ribeiro:

Tem toda a razão. Temos que cuidar de manter a undidade da maior maioria absoluta possível. Mas não podemos abdicar da razão que nos assiste.
Gostei que falasse nas nossas responsabilidades e valores. É isso que temos, cada vez mais, de assumir.
A nossa luta é pedagógica. Estamos a dar exemplo a muita gente, e até aos mais novos, que há que lutar pela dignidade e liberdade; pela justiça; contra a prepotência e a hipocrisia.
A nossa luta vai muito para além da avaliação. Mas não podemos ceder nela, nos moldes em que ela está prevista. Não podemos ser hipócritas, aceitando operaçõezinhas de cosmética, só para salvaguardar imagens. E os nossos colegas que se perfilam para ser avaliadores, deveriam lembrar-se que a sua função mais nobre é a de serem professores, e não serem bonecos articulados, trnsformados em executores carrascos e acríticos.
Não sei como o texto saiu, mas não tenho tempo para o rever.
Um abraço.

Elisabete disse...

O texto sai-lhe sempre bem. E tem toda a razão. Para mim, a existência de Sindicatos é uma questão de princípio. Mas foram já demasiadas as vezes em que defraudaram as expectativas dos Professores. É preciso demonstrar-lhes que, desta vez, não pode haver concessões. É o tudo ou nada. Estamos fartos de ser enganados.

“Tudo o que é necessário para o triunfo do mal, é que os homens de bem nada façam.” (Edmund Burke)

Desta vez, o mal não pode triunfar. Faremos o que for necessário para o evitar.

TempoBreve disse...

Elisabete!

Eu já estive noutra luta em que "obrigamos" os sindicatos a sair da toca. Eu sei o que eles (não) fizeram a seguir.
Agora voltaram a aparecer no meio da multidão. E foram muito bem-vindos. E eu agradeço-lhes o que fizeram até aqui. Mas foi a multidão que os trouxe.
Eles precisam de sentir a força do nosso apoio. Mas nós precisamos de confiar que desta vez não vão trair, que desta vez não vão vergar, que desta vez não vão olhar para os seus interesses próprios, ou para o interesse dos seus partidos.
Nas manifestações cidade a cidade, não eram precisas bandeiras. A luta era de todos. E não só deste ou daquele.
Fico-me por aqui. Temos que continuar unidos. E temos que estar atentos. Temos que ir sempre à frente para que os sindicatos não recuem.
Fique bem. Verá que os meus receios são infundados.
:-)