sexta-feira, 9 de novembro de 2007

Amazona e guerreira

Com o texto Andará a loucura à solta?, publicado aqui nas Peles, pretendi essencialmente lembrar-lhes uma grande obra - O Alienista -, de um grande escritor - Machado de Assis. É uma boa leitura, a todos os títulos. O resumo do enredo que deixei no Tempo é muito pobre, se comparado com a leitura do livro. Façam a experiência, e depois falamos.
Aproveitei também para lembrar a questão real que se põe acerca do Português de Portugal e do Português do Brasil. Não há que temer discutir o assunto. Há é que discuti-lo com lealdade e saber. Sem precipitações. Sem nacionalismos descabidos. E isto refere-se a todas as partes, a começar pelos portugueses. Para bem da língua. Para bem de todos.
Ao contrário do que possa parecer, através das considerações laterais que teci a este propósito em Andará a loucura à solta?, eu acho que nos devemos manter abertos para discutir todas as hipóteses, e todas as razões que estão por detrás dessas hipóteses. E devemos estar dispostos a considerar e a aceitar argumentos seguros opostos aos nossos.
É claro que, se leram o meu texto, sabem muito bem qual a dama que defendo - a Língua Portuguesa. Defendê-la-ei sempre. E se se abrasileirar, eu irei atrás dela. Porque, se gostarmos dela, todos os que a temos, quanto mais brasileira, mais portuguesa; e, quanto mais portuguesa, mais brasileira. A diversidade em unidade será sempre enriquecedora; a diversidade centrífuga, essa talvez não.
Eu, que penso e sinto em português, só posso agradecer aos brasileiros as sonoridades novas que deram à língua que falo ; os ritmos ondulantes que lhe avivaram; as palavras novas que lhe inventaram; a importância socio-cultural imprescindível que lhe acrescentam e dão.
As nossas diferenças, acrescidas das de outras paragens ainda, são afluentes cantantes - umas vezes teimosos, outras vezes rebeldes, e até renitentes -, mas que irão desaguar sempre ao grande Amazonas que é a Língua Portuguesa.
Seria uma pena se esses afluentes se separassem; seria uma pena se o nosso Amazonas se transformasse num rio vulgar. Eu acredito que ainda há amazonas no grande Amazonas que é a língua nossa. E, embora não pareça, elas não vão deixar que tal aconteça.

10 comentários:

Anónimo disse...

Não entre «nessa»,amigo.

TempoBreve disse...

Caro anónimo, amigo:

Acho que já entrei. E acho que estamos todos "nessa". Obrigado pelo aviso; obrigado por ter vindo.
:-)

TempoBreve disse...

Caro anónimo, amigo:

Acho que já entrei. E acho que estamos todos "nessa". Obrigado pelo aviso; obrigado por ter vindo.
:-)

Anónimo disse...

Mas afinal onde é que você entrou?
Nas saias ou nas peles?

Anónimo disse...

Para já,nas saias,penso eu.

TempoBreve disse...

Caro anónimo:

As peles e as saias são elementos que se combinam bem na arte do encantamento. Basta estar atento; basta olhar e ver.
Mas temos que ser nós a procurar essa arte, que ela não se nos dá assim fácil, ou de mão beijada.

Anónimo disse...

O problema está quando nos distraímos;aí,vão-se as peles,as saias e as calças.

TempoBreve disse...

Caro anónomo:

Se nos nostrairmos, e tudo se for, que se vá bem; e que volte de novo, para ser melhor.

Anónimo disse...

Você é malandro!...Ai se não é.Mas eu gosto,gosto.

TempoBreve disse...

Olá, Anónimo:

Olhe que não! Mas se eu for malandro,você também é, uma vez que gosta.
:-)