sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

Gentinha manhosa e má

Parece que não gostaram muito dos últimos textos aqui deixados. Terão as suas razões. Mas eu quero-lhes dizer que aquilo que aqui disse é mesmo o que eu lhes queira dizer.
A crítica é generalista, e pode até parecer vaga e fácil. Mas não é como parece. Essa gente é mesmo gentinha. Essa gente é mesmo má. E, pior que isso tudo, essa gentinha é assim, por falta de formação: de formação científica, de formação pedagógica, de formação política, de formação democrática, de formação - simplesmente formação, que é a formação mais humana.
Quanto àquela personagem que inventei, a que dei nome de Crates, já estou arrependido. É que aquele "S" final, dá-lhe certa dignidade, Por disso, de agora em diante, eu vou só chamar-lhe Crate, que ele não merece o "S". Não fiquem preocupados, que ele até vai gostar, pois foi ele que começou a tirar nomes do seu nome. Mas eu não sou o pai dele. Por isso pouco me importa. E cada um escolhe o que quer.
Esta mania de se omitir o que se acha que não fica tão bem, e acrescentar sempre mais do que aquilo que se tem, tem muito de infantil, tem muito de imaturidade, tem muito de irresponsabilidade, tem muito de insegurança, tem muito de incompetência. E é próprio das pessoas que têm essa mania disfarçarem tudo isso com tiques autoritários, de arrogância e de teimosia. São pessoas perigosas. Acham que a aparência é tudo. Não têm a formação que deviam. E por isso não toleram quem não se ajoelha ante eles. E tentam calar aqueles que dizem que o rei vai nu. Não porque temerem que mintam. Mas por saberem que vão nus, e quererem que ninguém veja.
Anda por aí uma outra personagem que é quase como o Crate. Também não tem a formação que devia para a exercer a função que tem, embora pense que tem, porque também tem diplomas. Ela não suporta aqueles que tenham uma formação melhor, e que vão sobrevivendo na coutada em que ela manda, e que pensa que é dela. Por isso tenta expulsá-los, por via da humilhação. Quer só ficar com aqueles que, por oportunismo canino, lhe abanam sempre o rabo, e que, alegremente e com ela, vão destruindo o direito e o dever de formarmos os jovens.
Ela e os seus seguidores nivelam tudo por baixo, pois que foram sempre rasos . Arranjaram diplomas, ora aqui e ora ali, ora assim e ora assado, pensando, por isso, que sabem. Mas como há quem saiba mesmo, e lhes aponte o dedo da sua irresponsabilidade, tentam tudo para os calar, tudo para os abafar, tudo para os expulsar, tudo para os enlouquecer, tudo para que desistam. Só querem mesmo é os rafeiros, que lhe abanam o rabo, e que acríticos salivam, sempre à espera de côdea.
Esta outra personagem casa bem com o senhor Crates, se ele fosse de casar. Só que ela é ainda mais tétrica. E, tal como o senhor Crate, também tem um problema que lhe anda apegado ao nome. São coisas tão naturais, estas coisas com os nomes, mas para quem é gentinha, são um problema dos diabos, difíceis de resolver.
Uma outra coisa os une, é que os inventei provincianos. Não por questões de província, - que da província somos todos, mesmo até os de Lisboa, embora estes não o saibam -, mas por questões de mentalidade, de horizontes muito curtos. É que o provincianismo hoje nada tem a ver com a terra donde se é, mas com a mentalidade que se tem.
Não sei bem explicar por quê, mas ao falar agora do Crate e desta outra personagem tétrica, lembrei-me, assim de repente, daquela fotografia do galo ou da galinha e do coelho ou da coelha. Vocês não se lembram dela? Será que são mesmo eles? Não! Não pode ser! Os animais não são gentinha! Muito menos gentinha rasca.
Mas por que razão fui lembrar-me daquela fotografia, que um dia eu pus aqui, já não me lembro bem quando, já não me lembro bem onde?
Será que você se lembra?

2 comentários:

Anónimo disse...

Curioso! Não é que eu estava a ler e a rir porque me veio à ideia a fotografia que gente maldosa viu como alegoria e até engendraram histórias de fadas que dizem:-ó querido, vou-te f--adar ou coisa parecida...
Mas que raio de coincidências!

TempoBreve disse...

Caro Botafogo!

Você não tem mesmo emenda: falei eu no S. Gonçalo com sincera devoção, e veio logo você com o aquilo da passarinha e o aquilo não sei de quem; falo agora na "Gentinha manhosa e má" e você, sem perder tempo, lembra-se logo daquela fotografia, muito comprometedora, em que não se sabe bem se aquilo é galo ou galinha, se coelho ou coelhinha, nem o que estão a fazer.
Você tem toda a razão, que aquilo é muito inocente. Mas é como você diz, sem insinuação alguma,claro: há sempre gente maldosa, que se vai pôr a imaginar algumas alegorias.
Você é um marotão. E o que lhe vale agora é que eu me lembrei também do mesmo. A única diferença está em que eu me lembrei dela sem segundas intenções; e você lembrou-se dela todo cheio de malícia, embora diga que não.
São mesmo coincidências, não são?
Um abraço para si.
Obrigado por ter voltado.