sábado, 28 de julho de 2007

Não estamos sós

Apontaram-me o dedo para o céu e disseram-me que deus estava lá. Era muito menino, e não consegui vê-lo. Mas quem mo dizia, sabia. E eu disse que sim, que estava bem. E vi as estrelas que ficaram para sempre comigo.
As estrelas disseram-me poemas secretos de amor e de bem. E falaram-me de vastidões onde me perdi sonhando. Onde me fundi cantando. E soube então que não estamos sós. Porque me reconheci, pequenez sentida, com o seu lugar, na imensidão sem fim, de pequenezas feita.
Não. Não estamos sós. Enquanto existirmos, e se mesmo formos, teremos sempre em nós a bênção sentida dos outros, sem os quais não somos.
Por isso devemos querer-lhes muito e bem. E acordar neles o mesmo desejo de querer muito e bem a outros ainda. E depois a outros. E a outros ainda.

1 comentário:

Ibel disse...

Lindo! Quando eu ainda era do tempo de colinho,o meu pai levantava-me nos braços, apontava-me as estrelas e falava coisas que me faziam cavalgar, levantar asas ,sonhar com anjos e outras inflexões poéticas que ficaram gravadas no todo/nada que sou.A minha mãe colheu para mim todas as estrelas que pôde e um dia ,cansada, foi ter com elas.Eles deram-me as ferramentas todas para viver o sentido da vida: música,dança,leitura e o amor deles colado a isto tudo.Por isso sou e tento deixar este legado
onde estou ,não importa qual é o onde , mas o brilho vem sempre das ertrelas.