Existem nesta variações ínfimas de pormenor, que simbolizam dimensões do tempo.
Há na fotografia um passado já morto, representado nos montículos cónicos de feixes de palha de milho, e no espigueiro, que vão desfilando em cortejo saudoso e cómico.
Há também um presente um tanto descabelado, representado ali ao fundo e à esquerda; há um presente naquele mar de gente que se adivinha, em festas ainda de povo; há ainda um presente de pais que encavalitam os filhos, para que fiquem mais protegidos, e para que vejam mais longe, e para que vejam melhor.
E há no conjunto um futuro incerto, para novos e velhos, e já magoado por feridas presentes, que temos de começar a sarar, desde já, e a reconstruir, animados por aquela ousada e velha senhora chamada utopia, a qual está inscrita na camisola que se cola ao rapaz.
Que o rapaz da camisola verde seja o nosso porta-bandeira!
Nota: Isto faz-me lembrar, não sei bem porquê, aquela história de gigantes e anões. Mas isso é outra história.
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