quinta-feira, 20 de setembro de 2007

Aquela velha e ousada senhora

Viram a fotografia no Tempo? Esta é outra, mas é quase igual. Também podia chamar-se O rapaz da camisola verde, mas dei-lhe outro nome, que vai dar ao mesmo.
Existem nesta variações ínfimas de pormenor, que simbolizam dimensões do tempo.
Há na fotografia um passado já morto, representado nos montículos cónicos de feixes de palha de milho, e no espigueiro, que vão desfilando em cortejo saudoso e cómico.
Há também um presente um tanto descabelado, representado ali ao fundo e à esquerda; há um presente naquele mar de gente que se adivinha, em festas ainda de povo; há ainda um presente de pais que encavalitam os filhos, para que fiquem mais protegidos, e para que vejam mais longe, e para que vejam melhor.
E há no conjunto um futuro incerto, para novos e velhos, e já magoado por feridas presentes, que temos de começar a sarar, desde já, e a reconstruir, animados por aquela ousada e velha senhora chamada utopia, a qual está inscrita na camisola que se cola ao rapaz.
Que o rapaz da camisola verde seja o nosso porta-bandeira!

Nota: Isto faz-me lembrar, não sei bem porquê, aquela história de gigantes e anões. Mas isso é outra história.

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