quarta-feira, 22 de abril de 2009

A ternura é assim


Entre terra e céu, a esperança serena num homem que venha e que a ame terno, a ampare e ajude a passar o inverno. O homem ainda não veio. Ela olha para baixo, para a terra, que ainda não está preparada, mas sente já o impulso que dela já vem e a vai inundando; e olha para cima, para céu, e e bebe já do sol que espreita e a vai aquecendo de vida. E o homem ainda não veio. Mas ela sabe que ele há-de vir. E aguarda serena. A ternura é assim.

11 comentários:

IBEL disse...

Entra a terra e o céu o homem virá
E trará o vigor da terra
A mesma terra e o mesmo céu
No olhar e nas mãos
E por isso amará com ternura
A árvore que por ele espera
E será velida a árvore
Em corpo velido
(Ai madre,veio meu amigo!)

IBEL disse...

Apeteceu-me voltar.Um dia destes, certamente,a árvore terá outra forma e outra cor.Aguardo ansiosa, do mesmo modo que ela aguarda serena, entre terra a céu. Porque assim é a teunura.
Mas como é que eu só vi a tua ternura tão tarde, embora houvesse sempre um gesto carinhoso nas tuas mãos?
Esta tua janela é sempre imprevisível. A ternura é assim, quando as mãos são as de poetas que lidam com a terra, mas com o olhar nas alturas.

cova da moura disse...

Meu caro Tempo, tenha um muito bom dia. Arredada destas andanças há bastante tempo, fui hoje surpreendida com o seu regresso. Devo dizer que era coisa que há muito esperava, ou não fose o Tempo um poeta...um sonhador...
Certamente terá ultrapassado alguma tormenta, que o deixou revigorado, e por isso esta força toda de agora. Prometo que vou passar por aqui mais vezes, sempre com a esperança, quase certeza, de que muitas outras surpresas esperam os felizardos, como eu, que por cá passarem.

TempoBreve disse...

Ibel!

Sim! A videira voltará, a mesma e mais velida. E mais contente também, que seu amigo voltou, e no regresso a afagou, penteando-lhe os cabelos.

Inês disse...

E ela aguardará com toda a ternura, pensando no homem que a amará. Vai amá-la com vontade, inudá-la de carinho, mostrar-lhe um sorriso terno num rosto sábio. Vai vê-la crescer, vai ver o resultado da sua ternura e vai olha-la orgulhoso de tão bem tê-la tratado, e vai ficar feliz por ela por ele ter esperado.

Com saudade,
Inês (:

TempoBreve disse...

Olá, Cova da Moura!
Um muito bom dia para si também. Sabe que eu digo sempre "Bom dia", seja lá que hora for? Até já me têm corrigido. Mas, quando tal acontece, eu limito-me a olhar, reprovando a correcção.
Você fala no feminino, fazendo justiça ao nome em que se pendura; e quanto ao apelido, acho que lhe assenta bem, como manda a tradição.
Olhe: eu estou com estas coisas, que é o melhor modo que de momento achei para lhe pedir desculpa por não ter respondido logo ao bilhetinho que aqui deixou, agarradinho à videira.
Sim. Eu haveria de voltar fosse de que maneira fosse. E, se não fosse por mais nada, seria para que o voltar me permitisse de novo o partir.
Você diz que sou poeta, por simpatia ou malícia, ou só para me fazer rir. E, por essas mesmas razões, outros me chamam o mesmo. Mas fique sabendo, menina, que eu sou mesmo poeta, poeta e sonhador. Só que não sei fazer poemas, nem sequer escrever versos. Sou um poeta maneta, mas, mesmo assim, bem melhor que pintor ou música, que nestas matérias a desgraça é absoluta e definitiva.
Claro que atravessei tormenta rija. Eu gosto de atravessar tormentas, que é uma forma de estar de juízo vivo, e também para antegozar o prazer da bonança a seguir. Isto em não naufragando de forma irremediável, o que não aconteceu até hoje. Mas logo a seguir à bonança, eu sei de ciência certa que outra borrasca há-de vir. E vai-me apanhar pela certa, que eu não me desvio dela, mas você já sabe a razão: o prazer do intervalo da bonaça, que é excepção.
Você fez uma promessa, que é o passar por aqui. Promessas são para cumprir. Por isso, vou ficar aqui à espera. Diz-se que as promessas se fazem aos santos, de qualquer especialidade. E diz-se também que os santos são vingativos, quando não vêem cumpridas as promessas que lhes fazem. E olhe que eu sou quase santo. Veja lá no que se mete.
E agora, deixo-lhe um abraço.

TempoBreve disse...

Olá, Inês!
O homem j´´a apareceu, e já cuidou da videira que se está a cobrir de verde. Vou pô-la aqui para ti. Só ainda a não pus, porque um certo senhor ma escondeu. Esse senhor é um macaco, que anda a fazer tudo o que pode a ver se eu reparo nele, e lhe perdoo as traquinices.
Mando-te saudades e um abraço. E já li todo o teu texto. Vou responder-te por mail.
:-)

Inês disse...

Ai esse macaco!
Espero que o distraia e lhe tire sorrateiramente a fotografia para que depois a possa ver. (:

Ainda bem que já leu o meu texto (:
Espero que tenha gostado, mas fico à espera do comentário por mail. (:

Saudades,
Inês

Inês disse...

Tenho saudades de ler um texto seu, Professor. Para quando o próximo?

Ibel disse...

A ternura é assim!!!!!

quinta-feira, 1 de Novembro de 2007
Palavras escritas
Hoje fui visitá-lo. Pousei uma rosa na casa onde mora. Era vermelha. Ele sorriu. Só eu é que vi. Pousei outra ainda. Vermelha também. Sem que ninguém visse, devolvi-lhe o sorriso. E foi então que o descarado me sorriu de novo e, feito maroto, me piscou o olho.

Braga, 1 de Novembro de 2009

IBEL disse...

" Se a ternura é sempre que um homem quiser",lembrar-me-ei de vir espreitá-la à tua janela, quando as amendoeiras se decidirem a florir.